Doclisboa 2007
Recomenda-se o visionamento dos seguintes filmes:
25 Out. 21.30 - Cinema São Jorge (Sala 1)
Zidane
de Douglas Gordon e Philippe Parreno
90´França 2004
Em Abril de 2005, todos os movimentos de Zinédine Zidane durante uma partida do Real Madrid foram filmados por 17 câmaras especialmente montadas para o efeito (supervisionadas por Darius Khondji, o director de fotografia de "Se7en" e "Delicatessen"). Realizado por dois artistas plásticos cujo trabalho tem explorado os limites da representação cinematográfica, "Zidane" subverte as regras tradicionais da cobertura televisiva de um jogo de futebol concentrando-se no indivíduo e não no desenrolar da partida propriamente dita. Durante noventa minutos, o tempo regulamentar de um encontro, veremos apenas o corpo de Zidane e ouviremos apenas o som das suas chuteiras a bater na bola. Definido pelos realizadores como o retrato de um homem no seu trabalho, "Zidade" não é tanto um filme sobre um dos futebolistas mais notáveis da sua geração, como sobre um homem que se entrega plenamente a uma actividade.
19 Out. 16.15 - Culturgest (Pequeno Auditório) A Walk into the Sea: Danny Williams and The Warhol Factory
de Esther Robinson
75´ EUA 2007
Nome praticamente desconhecido hoje, Danny Williams era um cineasta promissor quando desapareceu em 1966, em circunstâncias misteriosas. O filme de Esther Robinson, sobrinha de Williams, tenta compreender melhor a relação do tio com Andy Warhol e a sua ligação à Factory. "A Walk into the Sea" inclui vários filmes inéditos de Danny Williams, entre os quais podemos encontrar o que serão, muito provavelmente, as imagens mais antigas dos Velvet Underground. Incluindo ainda várias entrevistas a antigos membros da Factory, este filme revela os bastidores da construção do mito Warhol e é um retrato precioso de um dos períodos mais fascinantes da cultura americana contemporânea.
19 Out. 22.45 - Culturgest (Pequeno Auditório)
Autoportrait ou Ce qui Nous Manque à Tous
de Man Ray
11´França 1930
"Autoportrait" dá conta de maneira exemplar das experiências fotográficas de Man Ray, aqui executadas directamente sobre a película cinematográfica. Tendo como pano de fundo o trabalho no seu próprio atelier, Man Ray combinou essas imagens com a manipulação fotográfica dos mais diferentes objectos, de alfinetes a pioneses, não faltando sequer o sal e a pimenta nem o cachimbo de porcelana com uma bolha de vidro, objecto-escultura que empresta o nome ao subtítulo de "Autoportrait".
Unsere Afrikareise
de Peter Kubelka
13´ Áustria 1966
Os doze minutos e meio de "Unsere Afrikareise" fazem deste um dos filmes mais densos da história do cinema e uma das obras onde a utilização das possibilidades criativas do som é mais extraordinária. Em 1961 Peter Kubelka recebeu a encomenda de um documentário sobre o safari de um grupo de europeus. O realizador austríaco acompanhou-os, registou várias horas de imagens e som e passou os cinco anos seguintes a montar todo o material num filme que acabou por ser tudo menos o que os encomendadores esperavam. Além de uma experiência cinematográfica fascinante, "Unsere Afrikareise" é ainda uma alegoria exemplar da visão ocidental sobre o continente africano e do colonialismo europeu.
23 Out. 16.45 - Culturgest (Grande Auditório)
19 Out. 14.00 - Cinema Londres (Sala 2)
As operações SAAL
de João Dias
90´Portugal 2007
Criado por iniciativa do arquitecto Nuno Portas enquanto Secretário de Estado da Habitação e Urbanismo do I Governo Provisório, o Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL) foi um programa de assistência à construção de habitação promovida por Associações de Moradores que visava "apoiar as iniciativas de populações mal alojadas no sentido de colaborarem na reconversão dos próprios bairros investindo os próprios recursos latentes e eventualmente monetários". A Arquitectura Portuguesa do 25 de Abril é o SAAL - movimento ímpar na história do pensamento da arquitectura, que serviu de exemplo e de discussão para muitos outros projectos a nível internacional.
25 Out. 14.15 - Culturgest (Pequeno Auditório)
23 Out. 22.30 - Cinema Londres (Sala 2)
The halfmoon files
de Philip Scheffner
87´Alemanha 2007
Durante a Primeira Guerra Mundial, os prisioneiros de guerra detidos no campo de "Halfmoon", nos arredores de Berlim, foram objecto de vários projectos de investigação científica. Um desses projectos consistiu na gravação das diferentes línguas e canções daqueles soldados, provenientes maioritariamente das colónias europeias na Ásia e na África e por isso considerados tão "exóticos" pelos cientistas alemães. Essas gravações fonográficas, que constituem hoje o acervo principal do Museu do Som de Berlim, foram o ponto de partida de "The Halfmoon Files", recuperação fantasmagórica de um passado a que apenas se pode aceder pelo som. Construído como um puzzle, reunindo peças dispersas de uma cuidadosa investigação, o filme é uma bela homenagem aos desaparecidos da história.
Mais informações em http://www.doclisboa.org/