04 July 2011

ARTISTAS FILMADOS

Na Cinemateca Portuguesa, em colaboração com o Museu do Chiado.
MA FEMME CHAMADA BICHO
de José Álvaro Morais com Maria Helena Vieira da Silva, Arpad Szenes Portugal, 1976 - 79 min
O primeiro filme de José Álvaro Morais centra-se na figura da pintora Vieira da Silva e do seu marido, Arpad Szenes. Dois “estrangeiros” (ela portuguesa, longe de Portugal, ele húngaro), dois franceses “por adopção” – essa particularidade também fascina o cineasta, para além do olhar sobre as respectivas obras e personalidades. Um belíssimo documentário “intimista”, que continua a ser pouco divulgado e a merecer uma justa reapreciação.
Seg. [4] 19:30 | sala Luís de Pina


PINTURA HABITADA
de Joana Ascensão Portugal, 2006 - 50 min
com a presença de Joana Ascensão
Joana Ascensão filma o trabalho de Helena Almeida, centrando PINTURA HABITADA “nas várias fases e elementos envolvidos no elaborado processo através do qual a artista plástica constrói as suas obras colocando em cena o próprio corpo”. É sobretudo através desse trabalho que Helena Almeida é retratada, reflectindo “uma obra desenvolvida desde os anos 60, que explora os limites dos diferentes meios que Helena Almeida utiliza, sejam eles a pintura, o desenho, a fotografia ou o vídeo”. O filme, que toma o título de empréstimo a uma obra de Helena Almeida, venceu o prémio Tobis para melhor documentário português de longa-metragem no DocLisboa 2006.
Qua. [6] 19:30 | sala Luís de Pina

POR AQUI QUASE NUNCA NINGUÉM PASSA
de José Neves Portugal, 1999 – 58 min
POR AQUI QUASE NUNCA NINGUÉM PASSA é a primeira obra de José Neves e retrata a personalidade artística de Jorge Molder, centrando-se na figura e no trabalho fotográfico de Molder no contexto da preparação da exposição que este apresentou em Veneza na 48a Bienal onde em 1999 representou Portugal. O título vem de uma exposição anterior de Molder e de uma inscrição na porta do seu laboratório fotográfico, onde parte da acção do filme se concentra.
Sex. [8] 19:30 | sala Luís de Pina

MÁSCARA DE AÇO CONTRA ABISMO AZUL
de Paulo Rocha com Vítor Norte, Fernando Heitor, Inês de Medeiros Portugal, 1988 - 64 min
projecção seguida de conversa com Manuel Costa Cabral e João Mário Grilo
Quase vinte anos depois de POUSADA DAS CHAGAS, Paulo Rocha regressou a uma surpreendente “colagem” sobre o modernismo português, centrado em Amadeo de Souza-Cardoso. Entre a reconstituição dos anos do Orfeu e do manifesto futurista, a montagem de uma exposição na Gulbenkian e um onirismo jugulado, Paulo Rocha propôs uma das mais singulares e fascinantes visões desse mundo de cores e metais, tão saudosista quanto anarquizante, tão altaneiro quanto inseguro.
Seg. [11] 19:30 | sala Luís de Pina

PELAS SOMBRAS
de Catarina Mourão Portugal, 2010 – 83 min com a presença de Catarina Mourão
Catarina Mourão filma o universo de Lourdes Castro sem pedagogia, a partir do seu quotidiano, na sua casa e no seu jardim madeirenses, compondo um retrato de perceptível cumplicidade, que não deixa de evocar o anterior A DAMA DE CHANDOR (1998). “A construção do filme foi muito baseada na minha relação com a Lourdes Castro. PELAS SOMBRAS também é um documento sobre a minha relação com ela” (Catarina Mourão). Prémio Signis Portugal-Árvore da Vida do IndieLisboa 2010. Primeira exibição na Cinemateca.
Ter. [12] 19:30 | sala Luís de Pina

LUZ TEIMOSA
de Luís Alves de Matos Portugal, 2010 – 75 min
Luís Alves de Matos tem filmado artistas portugueses (João Penalva em 2001, Ana Hatherly em 2002, Fernanda Fragateiro em 2003, por exemplo). Fernando Lemos é o último deles. A sinopse de LUZ TEIMOSA orienta-o para a poesia: “O mundo de Fernando Lemos é um mundo ferozmente despojado de qualquer lógica externa, dizia Jorge de Sena. O seu multifacetado gesto artístico confunde-se com a própria existência onde o princípio poético está antes de tudo. E é através da luz que teima em entrar através da porta semicerrada, que se vence o medo da vida no combate travado com a morte. E assim nasce cada palavra dentro de outra palavra e cada imagem dentro de cada imagem. De quantas facas se faz o amor? pergunta o poeta.” Primeira exibição na Cinemateca.
Qua. [13] 19:30 | sala Luís de Pina

DIFICILMENTE O QUE HABITA PERTO DA ORIGEM ABANDONA O LUGAR
de Olga Ramos, Catarina Rosendo Portugal, 2008 – 50 min
com a presença de Olga Ramos e Catarina Rosendo, a confirmar
Realizado por Olga Ramos, com investigação de Catarina Rosendo, DIFICILMENTE O QUE HABITA PERTO DA ORIGEM ABANDONA O LUGAR é um filme centrado no escultor Alberto Carneiro. A sinopse apresenta-o assim: “um dos mais importantes artistas da sua geração, cuja obra se tem desenvolvido por um trabalho com e na natureza – e que hoje habita o mesmo lugar onde nasceu. Um regresso “a casa” que é também um retorno os lugares físicos e afectivos que o influenciaram.” Primeira exibição na Cinemateca.
Sex. [15] 19:30 | sala Luís de Pina

FAZ-ME FACE
de Margarida Ferreira de Almeida Portugal, 2002 – 52 min com a presença de Margarida Ferreira de Almeida
Margarida Ferreira de Almeida partiu da montagem da exposição retrospectiva do escultor José Pedro Croft realizada no Centro Cultural de Belém em 2002 para documentar o trabalho do artista. FAZ-ME FACE apresenta-se assim como o resultado de um olhar sobre vinte anos de trabalho artístico, compondo-se em boa parte de imagens de montagem de peças de Croft.
Seg. [18] 19:30 | Sala Luís de Pina

A FAVOR DA CLARIDADE
de Teresa Villaverde Portugal, 2003 – 54 min com a presença de Teresa Villaverde, a confirmar
Primeira incursão de Teresa Villaverde no terreno da não ficção, A FAVOR DA CLARIDADE foi filmado a seguir a ÁGUA E SAL e apresenta-se como um filme de Teresa Villaverde “para Pedro Cabrita Reis”. Compõe-se a partir da ideia “o artista, a arte e a criação”, reunindo “fotos, cor ou preto e branco, fondus (negros), imagens de guerra, obras clássicas, mar, textos, músicas (...). O Pedro diz mesmo que a obra dele se faz de retalhos, uns ficam nos armazéns dos museus, outros acabam destruídos. E há a sua memória do passado, outros acabam destruídos. E há a sua memória do passado, doutras obras que com ele passaram, a criação não nasce do nada” (Teresa Villaverde). Primeira exibição na Cinemateca.
Ter. [19] 19:30 | sala Luís de Pina

JULIÃO SARMENTO: FLASHBACK
de Renata Sancho Portugal, 2000 – 61 min com a presença de Renata Sancho
Renata Sancho filmou Julião Sarmento olhando a sua obra a partir da exposição Flashback, comissariada no mesmo ano por James Lingwood. A perspectiva sobre a obra de Sarmento abarca os seus primeiros trabalhos em fotografia e filmes Super 8mm nos anos 1970 e os passos que, em finais dos anos 1990, o conduziram à escultura. O artista fala da sua obra na primeira pessoa. Integrando um lote de outros trabalhos que por essa altura relançaram a produção portuguesa dos “filmes de artistas”, de que também é exemplo DA NATUREZA DAS COISAS, de Luís Miguel Correia, JULIÃO SARMENTO: FLASHBACK foi produzido pelo Laboratório de Criação Cinematográfica da FCSH para o Serviço de Belas-Artes da Fundação Calouste Gulbenkian. Primeira exibição na Cinemateca.
Qua. [20] 19:30 | sala Luís de Pina

DA NATUREZA DAS COISAS
de Luís Miguel Correia Portugal, 2003 - 36 min
PEDRO CALAPEZ – TRABALHOS DO OLHAR
de Luís Miguel Correia Portugal, 2010 – 48 min
com a presença de Luís Miguel Correia
A sessão reúne dois filmes de Luís Miguel Correia, respectivamente sobre os trabalhos de Carlos Nogueira e Pedro Calapez. DA NATUREZA DAS COISAS segue as exposições realizadas por Carlos Nogueira em 2002, acompanhando a sua concepção, transformação dos materiais e instalação dos elementos escultóricos guardando a respiração dos elementos naturais. Primeira exibição na Cinemateca, PEDRO CALAPEZ – TRABALHOS DO OLHAR segue o artista no seu atelier ou na montagem de uma exposição, um trabalho cenográfico e as obras públicas, “revelando o seu processo de criação, indagando a própria especificidade da pintura (...), a riqueza e as dimensões do trabalho artístico de Calapez”.
Ter. [26] 19:30 | sala Luís de Pina

DURANTE O FIM
de João Trabulo Portugal, 2003 – 70 min com a presença de João Trabulo
A sinopse refere-o como “uma viagem ao universo artístico, interior e secreto do escultor Rui Chafes. No atelier, território de eleição do artista, percebe-se como tudo acontece: do barulho das máquinas ao silêncio que envolve a concepção e idealização de cada escultura, surgem sons, imagens e vozes de outros tempos.” Prémio revelação do II Festival Luso-Brasileiro de Sta. Maria da Feira em 2003, DURANTE O FIM estreou em sala em 2011.
Sex. [29] 19:30 | sala Luís de Pina