04 November 2009

Jos de Gruyter e Harald Thys

Jos de Gruyter (Geel, Bélgica, 1965) e Harald Thys (Wilrijk, Bélgica, 1966) trabalham em conjunto desde o final da década de 1980. Nos últimos anos, o seu trabalho tem vindo a ganhar crescente visibilidade internacional, como atestam quer a multiplicação de exposições individuais fora do seu país de origem, quer a sua participação em diversas exposições colectivas, com destaque para as últimas edições da Manifesta e da Bienal de Berlim, no ano passado. Embora sejam mais conhecidos pelos seus vídeos, De Gruyter e Thys têm realizado igualmente séries fotográficas e instalações com esculturas e objectos, além de utilizarem, esporadicamente, outros mediums, como o desenho, a performance, ou o texto sonoro. O humor é um ingrediente constante do seu trabalho; um humor absurdo e derrisório, que nos seus vídeos é potenciado na construção de mundos paralelos, mais ou menos inspirados na observação da realidade, habitados por personagens estranhos e caricaturais, cada vez mais fechados sobre si mesmos, alienados na sua imobilidade e no seu mutismo.

Na Culturgest, no próximo sábado, às 16h30,uma visita guiada à exposição para as pessoas que aparecerem para ver os dois filmes mostrados do princípio até ao fim (20 minutos cada).
E a seguir, às 18h00, exibição no pequeno auditório da Culturgest de três outros filmes deles.

No contexto da exposição de Jos de Gruyter e Harald Thys, são exibidos no Sábado, 7 de Novembro, às 18h00, no Pequeno Auditório da Culturgest, três filmes desta dupla de artistas: The Bucket (2001), The Spinning Wheel (2002) e Ten Weingarten (2007).

Jos de Gruyter (Geel, Bélgica, 1965) e Harald Thys (Wilrijk, Bélgica, 1966) trabalham em conjunto desde o final da década de 1980. Ao longo dos anos, produziram numerosas obras em vídeo, pelas quais são mais conhecidos, mas o seu trabalho engloba igualmente séries fotográficas e instalações com objectos escultóricos, e mais esporadicamente a utilização de outros media, como o desenho, a performance, ou o som.

Na exposição que decorre na Culturgest são apresentados dois dos seus filmes mais recentes, Der Shlamm von Branst (A Lama de Branst) e The Frigate (A Fragata), ambos de 2008, assim como um conjunto de esculturas em barro e uma pequena série de fotografias a preto e branco, que se relacionam com um e outro filme, respectivamente. Para esta exposição, a galeria sofreu uma transformação tão radical quanto cirúrgica, dividindo-se claramente em duas partes, cada uma delas organizada ao longo de três salas que, outrora separadas, comunicam agora entre si. As duas primeiras salas dentro de cada núcleo funcionam, primeiro, como antecâmara em relação a um dos filmes e, quando fazemos o percurso inverso, como sua câmara de eco. Ao apresentarem as esculturas e as fotografias, os artistas parecem querer confrontar o espectador, uma e outra vez, com o estatuto de objectos enigmáticos que aparecem naqueles filmes, não como simples adereços, mas como entidades que parecem exercer sobre as personagens um estranho efeito.

Inspirando-se na observação da realidade quotidiana, Jos de Gruyter e Harald Thys encenam nos seus filmes um teatro do absurdo em que a condição humana é retratada de forma impiedosa: cenas narrativas esquemáticas, que se desenrolam em espaços fechados, sem comunicação com o mundo exterior, onde personagens estranhas e caricaturais estão entregues a circunstâncias que não compreendem e a forças que não controlam, comportando-se maquinalmente ou surgindo paralisadas num estado de autismo e de alienação.