04 November 2009

Jos de Gruyter e Harald Thys

Jos de Gruyter (Geel, Bélgica, 1965) e Harald Thys (Wilrijk, Bélgica, 1966) trabalham em conjunto desde o final da década de 1980. Nos últimos anos, o seu trabalho tem vindo a ganhar crescente visibilidade internacional, como atestam quer a multiplicação de exposições individuais fora do seu país de origem, quer a sua participação em diversas exposições colectivas, com destaque para as últimas edições da Manifesta e da Bienal de Berlim, no ano passado. Embora sejam mais conhecidos pelos seus vídeos, De Gruyter e Thys têm realizado igualmente séries fotográficas e instalações com esculturas e objectos, além de utilizarem, esporadicamente, outros mediums, como o desenho, a performance, ou o texto sonoro. O humor é um ingrediente constante do seu trabalho; um humor absurdo e derrisório, que nos seus vídeos é potenciado na construção de mundos paralelos, mais ou menos inspirados na observação da realidade, habitados por personagens estranhos e caricaturais, cada vez mais fechados sobre si mesmos, alienados na sua imobilidade e no seu mutismo.

Na Culturgest, no próximo sábado, às 16h30,uma visita guiada à exposição para as pessoas que aparecerem para ver os dois filmes mostrados do princípio até ao fim (20 minutos cada).
E a seguir, às 18h00, exibição no pequeno auditório da Culturgest de três outros filmes deles.

No contexto da exposição de Jos de Gruyter e Harald Thys, são exibidos no Sábado, 7 de Novembro, às 18h00, no Pequeno Auditório da Culturgest, três filmes desta dupla de artistas: The Bucket (2001), The Spinning Wheel (2002) e Ten Weingarten (2007).

Jos de Gruyter (Geel, Bélgica, 1965) e Harald Thys (Wilrijk, Bélgica, 1966) trabalham em conjunto desde o final da década de 1980. Ao longo dos anos, produziram numerosas obras em vídeo, pelas quais são mais conhecidos, mas o seu trabalho engloba igualmente séries fotográficas e instalações com objectos escultóricos, e mais esporadicamente a utilização de outros media, como o desenho, a performance, ou o som.

Na exposição que decorre na Culturgest são apresentados dois dos seus filmes mais recentes, Der Shlamm von Branst (A Lama de Branst) e The Frigate (A Fragata), ambos de 2008, assim como um conjunto de esculturas em barro e uma pequena série de fotografias a preto e branco, que se relacionam com um e outro filme, respectivamente. Para esta exposição, a galeria sofreu uma transformação tão radical quanto cirúrgica, dividindo-se claramente em duas partes, cada uma delas organizada ao longo de três salas que, outrora separadas, comunicam agora entre si. As duas primeiras salas dentro de cada núcleo funcionam, primeiro, como antecâmara em relação a um dos filmes e, quando fazemos o percurso inverso, como sua câmara de eco. Ao apresentarem as esculturas e as fotografias, os artistas parecem querer confrontar o espectador, uma e outra vez, com o estatuto de objectos enigmáticos que aparecem naqueles filmes, não como simples adereços, mas como entidades que parecem exercer sobre as personagens um estranho efeito.

Inspirando-se na observação da realidade quotidiana, Jos de Gruyter e Harald Thys encenam nos seus filmes um teatro do absurdo em que a condição humana é retratada de forma impiedosa: cenas narrativas esquemáticas, que se desenrolam em espaços fechados, sem comunicação com o mundo exterior, onde personagens estranhas e caricaturais estão entregues a circunstâncias que não compreendem e a forças que não controlam, comportando-se maquinalmente ou surgindo paralisadas num estado de autismo e de alienação.

01 October 2009

Ar.Co - Curso Teórico - História do Cinema – dos anos 60 à actualidade

Data: 6 Out 2009 a 9 Fev 2010
Local: Rua de Santiago, 18, Lisboa
Carga Horária: 28 horas

Preço: 257€ + 26€ (Insc) + 2,50€ (Seg) (200€ - alunos do Ar.Co)

Condições de Admissão: Sem requisitos. Por ordem de inscrição.

Horário: 3ª feira das 18h30 às 20h30

Programa: Uma perspectiva rápida da evolução da história do Cinema Mundial, desde a Nouvelle Vague até final do século XX, com particular incidência nalguns dos principais movimentos estéticos da última metade do século. Visionamento comentado de algumas das obras charneiras deste período.

Professores:
* Lauro António

Ar.Co - Laboratório de Cinema 1

Data: 7 Out 2009 a 26 Mai 2010
Local: Rua de Santiago, 18, Lisboa
Carga Horária: 87 horas

Preço: 652,50€ + 65,50€ (Insc) + 4,50€ (Seg) (493€ - alunos do Ar.Co)

Condições de Admissão: Sem requisitos. Por ordem de inscrição.

Horário: 4ª feira das 18h às 21h

Programa: Espaço dedicado à experimentação e execução de propostas práticas, de forma continuada, que visa promover a fluência na utilização das linguagens do vídeo e do som. É encorajado o desenvolvimento da experimentação com vista a uma linguagem autoral. Prática de competências especializadas básicas no uso de software destinado a edição de vídeo e som digitais. Estudo das características e configurações dos sistemas e introdução teórico-prática aos softwares de edição.

Professores:
* Víctor Jorge Gomes
* Maria Mire

Ar.Co - Laboratório de Cinema 2

Data: 8 Out 2009 a 27 Mai 2010
Local: Rua de Santiago, 18, Lisboa
Carga Horária: 75 horas

Preço: 562,50€ + 56,50€ (Insc) + 4,50€ (Seg) (425€ - alunos do Ar.Co)

Condições de Admissão: Entrevista.

Horário: 5ª feira das 18h00 às 21h00

Programa: Espaço dedicado à experimentação e execução de propostas práticas, de forma continuada, que visa produzir fluência nas linguagens do vídeo e do som. Os alunos serão permanentemente estimulados para a experimentação tecnológica e artística no sentido de uma linguagem audiovisual autoral: percepção do movimento; tempo e montagem - percepção de ritmo, espaço e tempo visuais e sonoros.

Professores:
* Víctor Jorge Gomes
* Maria Mire

Ar.Co - Workshop 16:9 – Introdução ao vídeo e formas cinematográficas

Data: 12, 19 e 26 Out; 2, 9, 16, 23, 30 Nov; 7 Dez 2009
Local: Rua de Santiago, 18, Lisboa
Carga Horária: 27 horas

Preço: 202,50€ + 20,50€ (Insc) + 2,50€ (Seg) 153€ - alunos do Ar.Co)

Condições de Admissão: Sem requisitos. Por ordem de inscrição.

Programa: Introdução ao vídeo através de uma proposta prática que privilegia a abordagem plástica, espacial e sensorial. (argumento/projecto, rodagem e montagem).

Professores:
* Hugo Brito

Ar.Co - Workshop "Performativa"

Data: 4, 11, 18, 25 Jan; 1, 4, 8 e 11 Fev 2010
Local: Rua de Santiago, 18, Lisboa
Carga Horária: 24 horas

Preço: 180 € + 18€ (Insc) +2,50€ (Seg) (136€ - alunos do Ar.Co)

Condições: de Admissão Sem requisitos. Por ordem de inscrição.

Horário: 2ª feira das 18h00 às 21h00 (e 4 e 11 Fev - 5ª feira das 18h00 às 21h00)

Programa: Trata se de uma proposta prática. Tem como objectivo fazer uma aproximação ao objecto perfomático no sentido da produção e execução, onde se estimula o "fazer de autor" da seguinte forma: 1 - Da prática da observação à acção. Identificação e reconhecimento da matéria de trabalho. 2 - Questões de linguagem: o verbo, o adjectivo e a pontuação no contexto da composição de conteúdos perfomáticos. 3 - Do ponto de vista ao ponto de reunião. Desenvolvimento e composição perfomática. 4.- Apresentação.

Professores:
* Gustavo Sumpta

Ar.Co - Curso Teórico "Imagem"

Data: 22 Fev a 21 Jun 2010
Local: Rua de Santiago, 18, Lisboa
Carga Horária: 32 horas

Preço: 295€ + 29,5€ (Insc) + 2,50€ (Seg) (230€ - alunos do Ar.Co)

Condições de Admissão: Sem requisitos. Por ordem de inscrição.

Horário: 2ª feira das 18h30 às 20h30

Programa: O que é uma imagem do presente? Introdução a uma reflexão crítica do estatuto, origem e significado da imagem fixa e em movimento. Abordagem centrada na génese da forma e do fazer artístico.

Professores
* Convidados
* Marcelo Costa

Ar.Co - Workshop de Composição Musical

Data: 23 Fev; 2, 9, 16 e 23 Mar; 6, 13, 20 e 27 Abr 2010
Local: Rua de Santiago, 18, Lisboa
Carga Horária: 27 horas

Preço: 202,50 € + 20,50€ (Insc) + 2,50€ (Seg) (153€ - alunos do Ar.Co)

Condições de Admissão: Sem requisitos. Por ordem de inscrição.

Horário: 3ª feira das 18h às 21h

Programa: Este workshop visa a concepção e realização de um projecto artístico de carácter performativo, centrado na composição musical. Cada participante desenvolverá um projecto individual, articulando-o com os restantes projectos em contexto colaborativo. O estudo do conceito de Ideia percorrerá todo o workshop e servirá como ponto de partida para a concepção prática do plano de composição. Assim, são também encorajadas participações sob a forma da produção de textos ou de outros objectos de reflexão teórica.

Professores
* Miguel Cardoso
* Ricardo Guerreiro

Ar.Co - Workshop “Cinema narrativo”

Data: 4, 11, 18 e 25 Mai; 1, 2, 8, 9, 15, 16, 22 e 23 Jun 2010
Local: Rua de Santiago, 18, Lisboa
Carga Horária: 36 horas

Preço: 270€ + 27€ (Insc) +2,50€ (Seg) (204€ - alunos do Ar.Co)

Condições de Admissão: Sem requisitos. Por ordem de inscrição.

Horário: 3ª feira das 18h às 21h (e 2, 9, 16 e 23 Jun - 4ª feira das 18h00 às 21h00)

Programa: Partindo de construções narrativas centradas em elementos simples como uma personagem, um acontecimento ou um conflito, os alunos terão a oportunidade de desenvolver, no formato cinematográfico, filmes de ficção de curta duração. Pretende-se neste workshop aliar uma consciência dos arquétipos narrativos à experimentação prática centrada na intensificação do sentido da imagem em movimento.

Professores:
* Marcelo Costa
* Amândio Coroado

03 July 2009

atelier real

convida para a apresentação de propostas para o ciclo
Restos, rastos e traços: Práticas de documentação na criação contemporânea

Procuram-se propostas para projectos originais, a realizar no âmbito de 5 residências artísticas de investigação e de experimentação, que abordem em termos reflexivos e práticos o tema da “documentação” enquanto prática artística.
Cada residência tem uma duração de 2 meses, em regime não necessariamente contínuo.
Os resultados das investigações e experimentações desenvolvidas serão apresentados publicamente no âmbito da programação do atelier real.
Os projectos seleccionados beneficiarão de um apoio financeiro de 2’000 Euros e de condições logísticas: espaço de trabalho, equipamento técnico e alojamento (caso seja necessário).
As candidaturas estão abertas às propostas de todos os interessados:
artistas, espectadores, curadores, teóricos…
O dossier de candidatura deve incluir:
- uma descrição do projecto (objectivos e modalidades)
- nota biográfica do(s) autor(es) do projecto
- outros elementos pertinentes para a apreciação do projecto
- contactos (telefone, e-mail, morada)
Enviar até dia 15 de Julho para: d.gueniot@re-al.org
As respostas serão divulgadas via e-mail até dia 5 de Agosto.

30 May 2009

A Coragem de Lassie

A Coragem de Lassie
um filme de Francisca Manuel sobre Ana Jotta

Ante-estreia no âmbito da Exposição “Ar.Co - Bolseiros e Finalistas 08”
Quinta-feira, 4 de Junho às 21.30h, Sala Dr. Félix Ribeiro, Cinemateca
Com a presença da realizadora e de Ana Jotta

Com o apoio da Cinemateca Portuguesa e da Súbita - Associação Desenho e Cinema.

23 April 2009

FIAV.08


Festival d’Images Artistiques Vídeo/8è édition; Alger, Dezembro 2008
Apresentação da selecção portuguesa por: Aida Castro, André Sousa e Maria Mire

Dia 23 de Abril, a partir das 21h na Ler Devagar (Lx Factory) até 26 de Abril

Artistas:
FAGTL (Frente pela Antecipação do Grande Terramoto de Lisboa)
Joana Mateus: Entrega felicidade, procura um lugar
Luísa Homem; Frederico Lobo; Pedro Pinho: Zone d’attente #00 (Distinctions attribuées aux sélelections nationales)
Manuel Santos Maia: Alheava_Filme (Prix Ibn Batuta)
Mónica Faria: Expiação
Vera Mota: StilLness

27 March 2009

Ciclo de cinema Ouvir: Ver


Na quarta-feira, dia 1 de Abril, às 18h30, no Pequeno Auditório da Culturgest, terá início o ciclo de cinema Ouvir: Ver – A experiencia do som no cinema, com programação de Ricardo Matos Cabo. A natureza das relações entre o som e a imagem no cinema foi o ponto de partida para este programa. Não é estritamente um programa sobre o som no cinema, ou sobre o desenvolvimento do sonoro, mas um percurso por diversas formas de pensar as complementaridades entre o som e a imagem; por tentativas de harmonização/conflito entre os dois elementos; finalmente, por uma série de obras muito diversas entre si que privilegiam as questões relacionadas com a visualização da experiência sonora pelo meio da imagem.
O ciclo prolonga-se até segunda-feira, 6 de Abril. Os bilhetes têm o preço único de €3,5.
“Em 1877 ocorreu-me a ideia de que seria possível inventar um instrumento que fizesse pela visão o que o fonógrafo faria pela audição e que através de uma combinação dos dois, todo o movimento pudesse ser registado e reproduzido simultaneamente.”Thomas Edison
É adquirido que aquilo a que vulgarmente se chama o “sonoro” corresponde sobretudo à disseminação e vulgarização industrial da tecnologia de som no cinema a partir do final da década de 1920. Se o cinema nunca foi realmente silencioso (terá sido mudo, como refere Hollis Frampton), a mudança progressiva e generalizada para o sonoro instituiu uma tensão entre as duas entidades som/ imagem, explorada e questionada de diversos modos ao longo da história do cinema.
Por um lado, a aparente hierarquia entre o som e a imagem levou a uma tentativa de harmonização, trazendo para a primeira linha formas de visualizar os elementos sonoros e o desenvolvimento da sinestesia como um dos princípios básicos da composição visual. Por outro, criou uma genealogia particular de exploração estética e conceptual das valências entre as duas ordens, levando à criação de complementaridades entre a imagem e o som, à possibilidade de tornar visíveis os sons através da tecnologia e da síntese sonora e à busca de rupturas e descontinuidades entre os dois elementos.
O ciclo retoma o título de um texto de Paul Sharits sobre a natureza das relações sonoras e é um percurso por alguns momentos e obras, reflectindo, entre outras questões, a exploração das contradições latentes nas práticas industriais e meramente reprodutivas do som (Fisher), uma pesquisa "enciclopédica" sobre as relações entre o som e a imagem tendo por base os jogos de linguagem (Snow), a procura de uma síntese entre a representação e a música (Kagel), alguns filmes documentais em que o som é parte fundamental para a orquestração dos elementos da imagem (Cavalcanti, Wright), exemplos de fronteira na viragem do mudo para o sonoro (com o primeiro filme sonoro soviético, o espantoso Sozinha), explorações poéticas e orquestrais sobre a natureza da escrita Sonora, o privilégio do imagismo e do silêncio (Brakhage, Hutton) e o privilégio da observação visual e sonora como princípio de composição fílmica (Benning, Tsuchimoto).
O programa é o seguinte:
Quarta-feira 1
18h30
Histórias sonoras
Celles qui s’ent font de Germaine Dulac, 1930, 35mm (transferido para vídeo), 5’17’’, versão original
Odna (Sozinha) de Grigori Kozintsev e Leonid Trauberg, 1931, 35mm, 80’, versão original, legendado em português
Sozinha é um dos mais importantes filmes de ficção da transição do mudo para o sonoro. Pensado como um filme sonoro e finalmente filmado sem som, foi posteriormente orquestrado e pós-sincronizado com uma composição de Dmitri Shostakovich e complementado com diversos efeitos sonoros e alguns diálogos. Um filme notável pela forma como se mostra o contraste entre os espaços urbanos e os locais longínquos das montanhas, filmados com rigor etnográfico e um respeito pela preservação e registo dos costumes e tradições. Um dos “Discos Ilustrados” de Germaine Dulac, curtos filmes mudos que eram sincronizados ao vivo com música, estabelecendo um diálogo entre a imagem e o som.
21h30
Os ouvidos, mais atentos do que os olhos
Les Nuits Eléctriques de Eugène Deslaw, 1930, 35mm, 10’, versão original
Weekend de Walther Ruttmann, 1930, gravação em DVD, 11’10’’
Entuziazm (Sinfoniia Donbassa) de Dziga Vertov, 1930 (1972), 35mm, 65’
Unsere Afrikareise de Peter Kubelka, 1966, 16mm, 12’50’’, versão original, legendado em português
Um documentário de Dziga Vertov em três movimentos sobre o primeiro plano quinquenal soviético do final dos anos 20. É um trabalho de montagem e organização sonora das imagens numa crescente tensão entre o som e a imagem. O filme, redescoberto pelos movimentos de vanguarda da década de 60, é aqui apresentado no restauro feito por Peter Kubelka, que restituiu ao filme a relação original pretendida entre o som e a imagem. A abrir, um filme de Deslaw, que terá sido apresentado com acompanhamento ao vivo de Luigi Russolo, e a montagem sonora de Walther Ruttmann.
Quinta-feira 2
18h30
Já sabemos ver, mas agora vamos ouvir a erva a crescer
What the Water Said, nº 4-6 de David Gatten, 2007, 16mm, 17’
Le Tempestaire de Jean Epstein, 1947, 35mm, 22’
Looking at the Sea de Peter Hutton, 2000-1, 16mm, 20’
O filme de Epstein é o culminar da reflexão cinematográfica do realizador e uma verdadeira revolução sonora. É a aplicação ao cinema das possibilidades expressivas e poéticas da utilização dos movimentos da imagem e do som, neste caso do ralenti sonoro. Três explorações do poder evocativo do mar e do cinema – a materialidade da acção na película dos elementos naturais no filme de David Gatten e o imagismo silencioso do filme de Peter Hutton.
21h30
A orquestração sonora
Über ‘Song of Ceylon’ von Basil Wright de Harun Farocki, 1975, vídeo, 25’, versão original, legendado em português
Song of Ceylon de Basil Wright, 1937, 35mm, 38’
Coal Face de Alberto Cavalcanti, 1934, 35mm, 12’
Os dois documentários programados nesta sessão evidenciam a criatividade da Unidade de Produção Cinematográfica dos Correios Britânicos na década de 30. Coal Face prolonga a experimentação sonora de Song of Ceylon e as ideias de Cavalcanti sobre a orquestração eficaz da música e dos sons naturais ao serviço de uma maior expressividade documental. O filme de Harun Farocki é uma análise visual do filme de Basil Wright, realizada para a televisão em 1975.
Sexta-feira 3
18h30
O sentido silencioso do filme: Stan Brakhage
Carl Ruggles Christmas Breakfast de Carolee Schneemann, 1963, 8mm (transferido para vídeo), 9’
Desistilm de Stan Brakhage, 1954, 16mm, 7’
Scenes from Under Childhood Section #1 de Stan Brakhage, 1967, 16mm, sem som, 25’
The Riddle of Lumen de Stan Brakhage, 1972, 16mm, 14’
Passage Through: A Ritual de Stan Brakhage, 1990, 16mm, 50’
Poucos cineastas reflectiram de modo tão fundamental a relação do som com a imagem, influenciando de modo decisivo a sua prática artística. A adopção do silêncio e rejeição absoluta do som como princípio formal da maior parte dos seus filmes levou a uma aproximação confessa a modelos de montagem e composição próximos de uma concepção musical. Esta sessão é um percurso pela obra do realizador tendo em atenção algumas das suas colaborações com compositores como James Tenney.Passage Through: A Ritual é um dos mais singulares filmes do realizador, uma resposta a uma composição de Phillip Corner, inspirada por seu lado num dos seus filmes, The Riddle of Lumen. A abrir, um filme recentemente recuperado, o registo de uma visita da realizadora Carolee Schneemann ao compositor Carl Ruggles.
21h30
Robert Beavers: a arquitectura sonora do cinema
From the Notebook of… de Robert Beavers, 1971/1998, 35mm, 45’
AMOR de Robert Beavers, 1980, 35mm, 15’
Os filmes de Robert Beavers constituem um corpo de trabalho notável composto ao longo das últimas décadas. São filmes sobre o sentimento do lugar, da arquitectura e da paisagem, dos objectos e dos gestos que os produzem, filmes de um profundo materialismo que procuram uma relação imediata e concreta com o som e com a imagem. Para esta sessão procura-se destacar o trabalho de som nos filmes do cineasta, entre o som directo e os sons sugeridos, com um dos filmes que serve de introdução aos principais temas e à forma de trabalho de Beavers e um exemplo mais tardio na sua obra.
Sábado 4
15h30
Correspondências entre o som e a imagem
Das Tönende Handschrift de Rudolph Pfenninger, 1929, 35mm (transferido para vídeo), 10', versão original, legendado em português
Tönende Ornamente de Oskar Fischinger, 1932, 16mm, 3'20''
Five Film Exercises de John Whitney e James Whitney, 1941-1945, 16mm, 21'
Dots de Norman McLaren, 1940, 35mm, 2'21''
Pen Point Percussion de Norman McLaren, 1951, 35mm, 5'58''
Synchromie de Norman McLaren, 1971, 35mm, 7'27''
Soundtrack de Barry Spinello, 1969, 16mm, 10'
Articulation of Boolean Algebra for Film Opticals de Tony Conrad, 1975, 16mm, 10' (excerto de 75')
A procura de uma equivalência entre o som e a imagem corresponde, na história do cinema, a um género particular de exploração das possibilidades contidas no próprio material fílmico. Os filmes apresentados nesta sessão investigam a complementaridade e interacção som/ imagem, a possibilidade de tornar visíveis os sons através da síntese sonora. Inclui pequenos documentários que permitem perceber a técnica da "escrita visual" no filme dos pioneiros Pfeninger e McLaren, a ideia da ornamentação sonora em Fischinger, os espantosos exercícios visuais dos irmãos Whitney, as experiências de unidade som/ imagem de Barry Spinello e um excerto de um filme de Tony Conrad que procura, de modo diverso, questionar a unidade som/ imagem.
18h30
Mauricio Kagel, realizador
Symphonie Mécanique de Jean Mitry, 1955, 35mm, 13’, versão original
Antithese de Mauricio Kagel, 1965, 16mm (transferido para vídeo), 19’
Hallelujah de Mauricio Kagel, 1967, 16mm, 40’
Dois filmes notáveis de Mauricio Kagel, que representam duas fases distintas da sua prática cinematográfica: Antithese, o seu primeiro filme é uma aproximação cinematográfica ao plano teatral e de registo de uma composição e Hallelujah é já uma composição para cinema na equivalência total entre a imagem e o som. Em complemento, a pesquisa visual e sonora de Jean Mitry e Pierre Boulez.
21h30
A voz: série, repetição
Synch Sound de Taka Iimura, 1975, 16mm, 12’
Paul Celan Liest de Ute Aurand, 1985, 16mm, 5’
Picture and Sound Rushes de Morgan Fisher, 1973, 16mm, 11’
Hapax Legomena III: Critical Mass de Hollis Frampton, 1971, 16mm, 25’
Done To de Lawrence Wiener, 1974, 16mm (transferido para vídeo), 20’
Episodic Generation de Paul Sharits, 1978, 16mm, 30’
Sessão organizada segundo um princípio comum a todos os filmes: a exaustão de uma forma através da repetição e da reverberação. O filme de Iimura é um jogo formal entre o tempo e os elementos sonoros e visuais de uma banda de som. Paul Celan Liest é uma visualização da voz de Paul Celan a ler três poemas. Morgan Fisher explora as ironias que surgem da normatividade dos processos técnicos e industriais no cinema, esgotando as possibilidades de relação som/imagem. Os filmes de Frampton e Wiener colocam em cena uma batalha de dissonâncias e cortes sonoros, numa estrutura de repetição e exaustão metafórica entre o material fílmico e o que vemos nas imagens. Finalmente, o filme de Paul Sharits reflecte o interesse do autor pelo som, na versão para ecrã de uma instalação sobre o eco e a perda da definição da imagem e do som pela sobreposição.
Domingo 5
15h00
Michael Snow e as relações som – imagem
Finding His Voice de F. Lyle Goldman e Max Fleisher, 1929, 35mm (transferido para vídeo), 10’39’’
Rameau’s Nephew by Diderot (Thanks to Dennis Young) by Wilma Schoen
de Michael Snow, 1974, 16mm, 270’
Uma série de tentativas para realizar um verdadeiro “filme falado” da autoria de Wilma Schoen (alter-ego do realizador), tendo como actores Annette Michelson, Nam June Paik, entre muitos outros. O resultado é um vigoroso diálogo entre o som e a imagem, composto por vinte e cinco sequências sonoras com durações que vão dos 4 aos 55 minutos, separadas por vinte e sete abstracções cromáticas e sem qualquer sequência narrativa entre si. Desde o seu primeiro filme que Michael Snow se concentrou na questão da composição de relações fortes entre o som e a imagem. Rameau’s é a sua composição mais radical nessa sua reflexão sobre a natureza do som no cinema e o seu confronto com as mais variadas modalidades da imagem (da imagem abstracta à representação “realista”) e da linguagem enquanto categoria da representação. A introduzir, uma animação sobre um filme mudo que procura a sua voz.
Segunda-feira 6
18h30
Uma sinfonia urbana
Sound Track de Guy Sherwin, 1977, 16mm, som, 9’
Aru Kikanjoshi (Um Assistente de Maquinista) de Tsuchimoto Noriaki, 1965, 35mm, 37’, versão original, legendado em inglês
Dokyumento Rojo (Na Estrada: um documento) de Tsuchimoto Noriaki, 1965, 35mm, 54’, versão original, legendado em inglês
Na Estrada: um documento é o primeiro documentário do realizador e é bastante diferente dos filmes que realizou desde então (sobretudo centrados na tragédia ambiental e humana de Minamata). É um retrato da vida de um taxista na Tóquio de 1963 e um documento sobre as precárias condições de trabalho na cidade em transformação. Na atenção que presta aos gestos e sons da cidade, o filme constitui uma espantosa sinfonia urbana. Em complemento, o primeiro filme do realizador e, a abrir a sessão, um filme de Guy Sherwin, uma filmagem dos carris de uma ferrovia cuja imagem transborda para a banda sonora, sendo o som o resultado directo daquilo que vemos projectado.
21h30
Olhar e ouvir: James Benning
RR de James Benning, 2007, 16mm, 112’
RR é composto por 43 planos fixos de comboios de mercadorias, cuja duração é determinada pelo tempo que demoram a passar na imagem. Como sempre no trabalho do realizador norte-americano, o filme joga-se no equilíbrio entre a observação de um dado espaço/tempo e as expectativas provocadas pelo reconhecimento dessas imagens e sons quando contrastados com a história geográfica, política e social dos Estados Unidos.

28 February 2009

PROGRAMA DE INTERCÂMBIO ARTÍSTICO : LISBOA – BUDAPESTE


No âmbito do Acordo de Geminação e de Intercâmbio de Artistas entre os Municípios de Lisboa e Budapeste, a Divisão de Galerias e Ateliers (DGA) e a Divisão de Relações Externas e Cooperação (DREC) irão seleccionar dois artistas para duas residências artísticas em Budapeste, durante o período de um mês cada, realizando-se a primeira residência de 1 a 31 de Julho e a segunda residência de 1 a 31 de Agosto.

1. Apresentação das Propostas dos Candidatos:
a) Prazo: Os interessados deverão requerer a admissão das suas propostas até ao dia 15 de Maio;
b) Formalização das Candidaturas: As candidaturas deverão ser formalizadas mediante
requerimento dirigido à Divisão de Galerias e Ateliers, em envelope devidamente
identificado, onde conste o nome do candidato e entregue na Rua Alberto Oliveira,
Palácio dos Coruchéus, Atelier nº 50, 1700-019 Lisboa, de 2ª a 6ª feira das 09.00h às
17.30h, ou ainda remetido pelo correio para o endereço da Divisão de Galerias e
Ateliers. Para mais informações: Tel: 218 170 181/ 534 ou email dpc.dga@cm-lisboa.pt;
c) A documentação entregue para efeitos de candidatura não será devolvida, independentemente do candidato ter sido ou não seleccionado para o programa de residência.

2. Do Requerimento deve constar:
a) Identificação do candidato (nome completo; estado civil; profissão; filiação; naturalidade; data de nascimento; morada completa; número e data de emissão do bilhete de identidade; número fiscal de contribuinte; números de telefone de contacto; endereço electrónico);
b) O requerimento de admissão deve ser acompanhado de fotocópia de bilhete de
identidade e cartão de contribuinte;
c) Currículo académico e artístico e portfolio actualizado e assinado;
d) Razões da candidatura;
e) Proposta de trabalho a realizar em Budapeste, com memória descritiva que informe da especificidade do mesmo e seus objectivos (documento não superior a 3 páginas A4);
f) Disponibilidade para a realização de entrevista na Divisão de Galerias e Ateliers durante o mês de Maio ou primeira semana de Junho;
g) Disponibilidade para eventual realização de exposição em espaço municipal, no ano
posterior ao ano em que decorre o intercâmbio;
h) Disponibilidade para realizar o programa em qualquer um dos dois meses em que o
mesmo decorre;
i) Os candidatos podem ainda especificar quaisquer circunstâncias que considerem
passíveis de ser consideradas na apreciação do seu mérito.

3. Condições de Admissão dos Candidatos:
a) Jovens artistas cuja idade não seja superior a 30 anos aquando do início previsto da edição de 2008 (1 de Julho);
b) Residência oficial na área do Concelho de Lisboa (constante no B.I.);
c) Não ter participado em edições anteriores do mesmo programa;

4. Critérios de Apreciação das Propostas:
a) Valorização da participação de jovens formados ou em formação em escolas artísticas;
b) Valorização das propostas mais inovadoras, exequíveis e cujo currículo indicie ser esta experiência um acrescento curricular determinante para o início de uma actividade profissional na área artística.

4.1. A Divisão de Galerias e Ateliers seleccionará os dois artistas mediante consideração do potencial de enriquecimento que a experiência trará aos participantes.

20 January 2009

MA NUIT CHEZ MAUD

Amanhã quarta-feira dia 21 de Janeiro de 2009 às 21:30 na Sala Dr. Félix Ribeiro da Cinemateca portuguesa passa o filme:
MA NUIT CHEZ MAUD
A Minha Noite em Casa de Maud
De Eric Rohmer
França, 1969 - 110 min.
legendado em espanhol

Eric Rohmer filmou como ninguém a contraposição entre a rectidão moral e a imprevisibilidade do real no humano. MA NUIT CHEZ MAUD, terceiro “volume” da sua série de contos morais, representa com grande acutilância esse dualismo, num confronto ético, mas também cinematográfico, entre o determinismo de raiz católica e a erupção marxista. A sua sequência central, a noite em casa de Maud, é precisamente isso: o cinema como “acidente” superior de uma ideia.

16 January 2009

VIDEOEX

VIDEOEX invites you to submit your work for the

international & swiss competition (entry deadline 31 January 2009).


VIDEOEX

International Experimentalfilm & Video Festival

23- 31 MAY 2009 Zurich Switzerland

We are looking for :

experimental films 8mm / 16mm / 35mm (screened in original format),

videos, (experimental, videoart, ...)

innovative animation,

experimental digital & graphic productions (to be screened),

experimental documentaries,

experimental music videos



entry deadline 31 January 2009 (Poststamp)


For Details download entry form & rules www.videoex.ch

(PDF Files to open with acrobat reader)
or send a e-mail to
office (at) videoex.ch

no entry fee

Send tapes & entry form & brief description to:

VIDEOEX
Postfach / Kanonengasse 20 ·
CH-8026 Zurich · Switzerland