Patente no Museu Nacional de Arte Contemporânea - Chiado.
14 Março – 16 Junho
Inauguração: 13 Março. Quinta-feira. 19.00h
A arte cinética baseia-se, sobretudo, numa utopia: levar a arte à vida. De facto, ela foi uma das correntes artísticas que mais se aproximaram dessa meta, graças à influência que teve na sociedade, como fonte de inspiração em terrenos tão diferentes como a indústria da moda, a criação arquitectónica, o mundo dos media e a criação gráfica.
O público teve a possibilidade de se movimentar no interior das obras, de interagir com elas, de as apreender, de se perder nelas, de se misturar com elas. Enquanto elemento fundador do movimento o público converteu-se em autor da obra. Efectivamente, a obra necessita dos olhos do espectador para estar «viva» e poder alargar todo o seu sentido, a sua expressão: se ninguém passar diante dela, mesmo que fugazmente, nenhum movimento se produz.
Na origem desta utopia existiu um acontecimento fundamental: a exposição Le Movement, na Galerie Denise René, em 1955. Victor Vasarely, que tinha obras suas em exposição, foi o instigador. Essa exposição foi um acontecimento fundamental da história da arte do pós-guerra. Obras de Marcel Duchamp e Victor Vasarely, pioneiros do movimento, confrontavam-se com os trabalhos de jovens artistas como Yaacov Agam, Pol Bury, Jesús Rafael Soto e Jean Tinguely. As obras expostas representavam o movimento, alegórica ou realmente.
Dez anos mais tarde chegaria uma espécie de consagração, com a exposição The Responsive Eye no Museum of Modern Art de Nova Iorque. Foi a propósito desta exposição que o crítico de arte norte-americano Lawrence Alloway empregou o termo Op Art, num artigo publicado no Times. Este foi, em todo o caso, o momento culminante da arte cinética; chegou a crer-se, brevemente, que ela iria destronar a Pop Art. Mas este pico da arte cinética foi também o seu canto do cisne.
artistas:
Nadir Afonso . Yaacov Agam . René Bertholo . Martha Boto . Pol Bury . Carlos Cruz-Diez . Hugo Demarco . Ángel Duarte . Marcel Duchamp . Equipo 57 . Darío Pérez Flores . Karl Gerstner . Eduardo Nery . Julio Le Parc . António Pedro . Bridget Riley . Artur Rosa . Horacio García Rossi . Pierre Rovère . Nicolas Schöffer . Eusebio Sempere . Paul Sharits . Francisco Sobrino . Jesús Soto . Joël Stein . Jean Tinguely . Gregorio Vardanega . Victor Vasarely . Dominique Willoughby . Jean-Pierre Yvaral
curador
Emmanuel Guigón, director do Musée dês Beaux-Arts et Archéologique de Besançon